SERVIDORA DO HOSPITAL WALFREDO GURGEL SOFRE QUEIMADURA QUÍMICA DURANTE TESTE DE PRODUTO

Uma servidora do Centro de Esterilização de Equipamentos Respiratórios do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel, em Natal, sofreu lesão na retina e queimadura química na córnea após contato com vapores do desinfetante Bacterend OX, utilizado como substituto do hipoclorito de sódio (água sanitária). A Secretaria de Estado da Saúde Pública (SESAP) se manifestou sobre o assunto em nota, informando que a servidora recebeu atendimento médico imediato e que todas as providências necessárias para a recuperação e acompanhamento estão sendo garantidas.

O acidente ocorreu durante o expediente, enquanto a trabalhadora era exposta aos vapores do produto, classificado como “de uso exclusivamente profissional”. O laudo médico confirma queimadura na córnea e saco conjuntival, com dor intensa e diminuição da acuidade visual.

Segundo relatos de trabalhadores, a coordenação do setor já havia sido alertada sobre os riscos, mas decidiu prosseguir com o teste. Mensagens internas obtidas pelo Sindsaúde/RN indicam que a chefia apenas pediu que os servidores comunicassem eventuais reações ao produto, mesmo com uso de EPIs adequados. Além do risco aos trabalhadores, há preocupação de que os equipamentos esterilizados com o produto retornem ao uso hospitalar, podendo colocar pacientes em risco de contato com resíduos tóxicos.

A servidora, mãe de três filhos pequenos, permanece em acompanhamento oftalmológico e pode ter sequelas permanentes na visão. O sindicato cobra suspensão do uso do produto, assistência integral à colaboradora e investigação completa das condições de trabalho e segurança química.

Nota da SESAP
A direção do Hospital Monsenhor Walfredo Gurgel e a SESAP informaram que, ao tomar conhecimento do incidente envolvendo a colaboradora, adotaram de imediato todas as medidas necessárias de acolhimento, tratamento e acompanhamento. A servidora foi encaminhada para atendimento com oftalmologista e médico especialista em Medicina do Trabalho. Na avaliação preliminar, trata-se de uma lesão reversível, com tratamento iniciado imediatamente. A colaboradora permanece assistida, sem necessidade de internação, e afastada das atividades para a plena recuperação. O hospital ressaltou que a funcionária utilizava todos os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) e que o uso do produto químico foi suspenso, com recolhimento de todo o material. A gestão do hospital reforçou solidariedade à colaboradora e sua família, garantindo assistência integral durante o período de recuperação. Ponta Negra