CASO DO AÇAÍ ENVENENADO: POLÍCIA ARQUIVA CASO SEM APONTAR CULPADOS

O inquérito policial que investigava a morte da bebê Yohana Maitê Filgueira Costa, de apenas oito meses, e a intoxicação da dona de casa Geisa de Cássia Tenório Silva, de 50 anos, foi arquivado pela Polícia Civil sem que houvesse a identificação de suspeitos.

Segundo a Polícia Civil, o arquivamento se deu em razão da ausência de novas pistas que pudessem indicar a autoria do crime. “Mesmo com o procedimento arquivado, caso surjam novos elementos as investigações retornam”, ressaltou em nota.

O caso ocorreu em abril de 2025, quando as duas passaram mal após consumirem açaí e granola recebidos como presente, entregues por um motoboy não identificado, em Natal.

Geisa, que sobreviveu ao envenenamento, ficou com sequelas na voz e ainda enfrenta problemas de saúde decorrentes do episódio. Ela recebeu com indignação a notícia do arquivamento do caso.


“Em tão pouco tempo, um caso ser arquivado, dizendo que nada foi provado, é revoltante. Eu fiquei com sequelas, com a corda vocal paralisada, e até hoje corro atrás de exames pelo SUS. Aí chega esse papel com mais uma má notícia”, desabafou Geisa.

Mãe da bebê pede reabertura das investigações
A mãe de Yohana, Daniele Priscila, também se manifestou pedindo que as investigações sejam retomadas. Ela afirma que há elementos que poderiam ajudar a esclarecer o crime e critica a rapidez com que o inquérito foi arquivado.

“Chega a ser revoltante. A justiça tem todos os elementos que levam a um suspeito e, de uma hora para outra, arquiva o caso. A gente é de família humilde, mas quer justiça. Se fosse o filho de um delegado ou promotor, o caso não teria sido encerrado assim”, afirmou.

Entenda o caso
Geisa recebeu potes de açaí com granola e um cartão, entregues por motoboys. O bilhete trazia mensagens como “Volte para mim” e “Quando se perde é que se valoriza”.

Sem suspeitar de nada, ela e a bebê Yohana consumiram o alimento. Poucas horas depois, ambas passaram mal e foram levadas à UPA. A criança não resistiu e morreu após ingestão do produto, enquanto Geisa precisou de atendimento médico urgente.

A Polícia Civil chegou a abrir um inquérito para apurar o envenenamento, mas o procedimento foi encerrado sem identificar o autor ou a origem exata do alimento contaminado.

Mesmo após o arquivamento, familiares e amigos cobram que o caso do açaí envenenado seja reaberto e que os culpados sejam responsabilizados. Ponta Negra