Da redação - Assú Notícia: A declaração do prefeito de Ipanguaçu, Jefferson Santos, contra a Operação Sossego, deflagrada pelo CPRE de Mossoró e Assú, tem causado indignação e levantado questionamentos sobre sua postura diante da grave situação do trânsito no município.
Na última semana, a ação do CPRE em Ipanguaçu e Itajá resultou na apreensão de motocicletas sem placas, com escapamentos adulterados (cano sport) e na recuperação de um veículo com queixa de roubo. O trabalho de fiscalização, que deveria ser motivo de apoio por parte da gestão municipal, foi alvo de duras críticas do prefeito, que gravou um vídeo afirmando estar "muito triste" com a atuação dos policiais.
Em sua fala, Jefferson Santos acusa o CPRE de apreender motos de pais de família, mas não cita em momento algum qual lei teria sido infringida pelos policiais, deixando evidente o desconhecimento ou a omissão quanto às normas do Código de Trânsito Brasileiro (CTB). O prefeito chegou a afirmar que os agentes estariam recolhendo veículos estacionados, sem apresentar provas ou embasamento jurídico para suas acusações.
Omissão diante da realidade do trânsito em Ipanguaçu
Ao criticar a fiscalização, o prefeito parece ignorar a realidade diária da cidade:
Menores de idade circulam em motocicletas e automóveis sem qualquer restrição;
Motociclistas transitam sem capacete, colocando suas vidas e de terceiros em risco;
Veículos sem iluminação traseira ou dianteira circulam livremente à noite;
Cano sport e direção perigosa são práticas comuns, provocando perturbação de sossego e aumentando o risco de acidentes.
Essas irregularidades, muitas vezes vistas pela própria população, são as mesmas que a Operação Sossego busca coibir. Ao se posicionar contra a fiscalização, Jefferson Santos passa a mensagem de que prefere proteger práticas ilegais em vez de apoiar medidas que podem salvar vidas.
Fiscalização salva vidas
O CPRE atua com base legal, cumprindo seu papel constitucional de fiscalizar e punir condutores que desrespeitam a lei. A operação não tem como objetivo perseguir cidadãos, mas sim retirar de circulação veículos irregulares, coibir imprudências e evitar tragédias que poderiam ser fatais.
Ao invés de criticar o trabalho da polícia, o prefeito deveria incentivar a população a respeitar as regras de trânsito, usar capacete, não permitir que menores conduzam veículos e cobrar dos moradores a regularização de seus meios de transporte. Esse, sim, seria o verdadeiro papel de um gestor comprometido com a vida e a segurança de seus munícipes.
Um péssimo exemplo
Ao se colocar contra uma operação que visa reduzir acidentes e garantir ordem, Jefferson Santos transmite à população um péssimo exemplo, colocando interesses políticos e populistas acima da preservação de vidas.
O CPRE, por sua vez, reafirma seu compromisso de continuar com as operações no Vale do Açu, em Ipanguaçu e demais municípios, para coibir abusos, fiscalizar e punir quem insiste em desrespeitar a lei.
No fim das contas, a pergunta que fica é: de que lado o prefeito está — do lado da vida e da lei, ou do lado da ilegalidade e do descaso com a segurança no trânsito?
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