TRIO FEMININO FAZ HISTÓRIA AO APITAR PELA PRIMEIRA VEZ NA PARTIDA DO ESTADUAL

Mariana, Luciana e Edilene. Nomes marcados na história do futebol do Rio Grande do Norte. As três compuseram o primeiro trio de arbitragem feminino em uma partida do Campeonato Potiguar. O jogo entre Assu e Potiguar de Mossoró, válido pela segunda rodada da competição, terminou empatado em 0 a 0.
Mas, certamente, o esporte do Estado saiu vitorioso de campo. A reação delas sobre a sensação de realizar este feito teve uma palavra em comum: “emoção”. Diante dos passos vagarosos que as barreiras que separam mulheres do futebol são rompidas, o trio não poderia sentir algo diferente. Seja ao torcer na arquibancada, ao jogar no campo ou apitar uma partida, os obstáculos estão sendo superados.
Mariana Regina, de 29 anos, comandou o trio. Dona do apito, moradora de Parnamirim e funcionária na Secretaria de Esportes de Monte Alegre, ela já atuou como jogadora profissional. Amante do futebol, foi influenciada por um amigo para fazer o curso de arbitragem e criou apego pela profissão.
“Fui jogadora profissional. Atuei em vários clubes pelo Brasil e já representei o RN em algumas competições. Depois de uma partida, um amigo me falou que eu tinha perfil e me sugeriu fazer um curso de arbitragem, isto em 2017. Já em 2018, apitei meu primeiro jogo pela Federação Norte- -Riograndense de Futebol (FNF)”, contou.
Para a árbitra, trabalhar junto das suas colegas foi algo novo. Na partida entre Assu e Potiguar, ela realizou um sonho, mas destaca que tudo foi fruto do trabalho do trio.
“Foi uma novidade. Foi uma realização, tudo muito especial. Tivemos nosso momento de concentração e o resultado foi o melhor possível. Tudo veio do nosso trabalho e demos o nosso melhor para que isso acontecesse”, disse.
Mariana, além de participar do primeiro trio feminino, foi a primeira mulher a apitar uma partida do Campeonato Potiguar e, segundo a FNF, justo no primeiro jogo, quebrou o recorde no tempo de envio da súmula de jogo online. O documento foi para o site da Federação em menos de 30 minutos.
No auxílio à arbitragem, Luciana Silva, de 35 anos, e Edilene Freire, de 37, foram as outras personagens deste jogo histórico. Mesmo mais experientes, elas não pouparam as emoções pelo feito.
Luciana já atua como auxiliar há quase 15 anos. Fora dos gramados não tem outra profissão, mas já foi supervisora de produção em uma fábrica e atleta profissional. A bandeirinha iniciou o curso após ser chamada por uma amiga. Ela conta que a maior sensação depois do jogo foi de gratidão.
“Só me restou agradecer. A emoção foi muito grande. Não posso fazer nada que não seja ser grata por tudo que aconteceu e está acontecendo”, comentou emocionada.
Já com Edilene Freire, de 37 anos, as coisas aconteceram um pouco diferentes. Também auxiliar de arbitragem, Edilene não foi atleta. Por acompanhar o esporte, criou curiosidade e em 2013 iniciou sua carreira. Ela conta que teve surpresa pela escalação do trio, mas se alegra com os resultados conquistados após o primeiro jogo.
“Desde que saiu a escala, eu fiquei surpresa e bem feliz. Estudamos e nos preparamos para este bom resultado. Quando o jogo sai sem interferência da arbitragem, quem ganha não são só os clubes, nós também”, afirmou. Agora RN