VEREADOR DO RN É PRESO SUSPEITO DE ENVOLVIMENTO COM MILÍCIA

O vereador Luciano Morais da Silva (PR) de Ceará-Mirim, cidade da Região Metropolitana de Natal, foi preso na tarde desta terça-feira (25) suspeito de participar de uma milícia com atuação na região e de ser o autor intelectual de pelos menos um assassinato registrado na cidade. Luciano Morais da Silva, 51 anos, que também é advogado, foi alvo de uma ação do Ministério Público do Rio Grande do Norte (MPRN).
Segundo as investigações do MPRN e da Força Nacional, Luciano Morais encomendou o homicídio de Micarla Araújo do Nascimento em 20 de outubro de 2016, por R$ 4.500. O crime teria sido motivado pelo fato de Micarla fazer críticas à atuação de Luciano enquanto ele ocupava cargo público. Luciano foi condenado a 4 anos e 8 meses por tortura a Micarla, quando ela estava presa.
Micarla do Nascimento foi assassinada por volta das 18h30, em Ceará-Mirim, após ser atingida por disparos de arma de fogo na cabeça e pescoço. No dia do crime, ela foi até a Câmara Municipal no período da tarde, momento em que ocorria sessão legislativa com a presença de Luciano Morais e fez alguns comentários em relação ao vereador.
Ela chegou a ser aconselhada por uma servidora da Casa a deixar o local para evitar uma confusão. Após sair do prédio, Micarla do Nascimento foi em caminhada para casa e no trajeto foi executada a tiros por homens que ocupavam um carro.
Segundo o MP, ela foi assassinada por Damião da Costa Claudino, atualmente detido no presídio federal de Catanduvas/PR; Diego Cruz Silva, detido no sistema carcerário potiguar; Adilson Lima da Cruz, também detido no presídio federal de Catanduvas; além de Jackson Botelho e Raimundo Bezerra de Souza, ambos já falecidos.
Ainda de acordo com as investigações, Luciano Morais entrou em contato com membros relevantes do grupo de extermínio e contratou, segundo relato de colaboradores, a morte de Micarla Araújo.
“Essa prisão preventiva é importante pela gravidade em concreto do crime e o temor que a situação impõe às testemunhas do processo, o que impossibilita a realização de uma instrução tranquila, caso o réu estivesse em liberdade. A investigação aponta a alta periculosidade dele, fazendo-se necessária a prisão”, destaca o coordenador do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) Fausto França.
O OP9 tentou entrar em contato com o gabinete do vereador, mas não conseguiu contato até o fechamento desta reportagem. O espaço permanece aberto. Informações OP9 RN