POLUIÇÃO DE QUEIMADAS NA ÁFRICA PODERÁ MUDAR COR DO CÉU EM NATAL

A fumaça causada pelas queimadas na região central-sul da África chegou ao litoral nordestino e Natal é a cidade mais afetada com a elevação dos níveis de poluição no ar, segundo observação feita nesta sexta-feira (30), às 13h, por pesquisadores do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélite (Lapis).
A assustadora mancha vermelha mostrada pelos satélites da Nasa revela a catástrofe ambiental registrada no continente africano. Os incêndios florestais próximos a Angola, Moçambique, Congo e Madagascar são mais intensos do que os que se espalharam pela região amazônica brasileira.
Apesar dos seis mil quilômetros que separam a capital potiguar da região central-sul da África, as partículas de fumaça que atravessaram o Oceano Atlântico podem causar náuseas e problemas respiratórios nos moradores da costa leste do Nordeste.
Especialistas do Lapis, órgão ligado à Universidade Federal de Alagoas (Ufal), constataram um índice de 105 microgramas por metro cúbico (µg/m³) no ar de Natal. Em outras palavras, os natalenses estão respirando uma quantidade de poluição quatro vezes maior do que o nível máximo recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS).
Recife, em Pernambuco (99 µg/m³); Maceió, em Alagoas (98 µg/m³); e João Pessoa, na Paraíba (97 µg/m³) também foram afetadas.
“A OMS recomenda que a emissão desse poluente não ultrapasse 25 µg/m³ por dia e Natal registrou 105 µg/m³. Isso é muito preocupante. Para se ter ideia, essas partículas são mais finas de que um fio de cabelo e justamente pelo tamanho elas se espalham muito rápido”, detalha o professor e coordenador do Lapis, Humberto Barbosa.
Ao interagirem com a radiação solar, a fumaça pode provocar uma mudança na coloração do céu e deixá-lo alaranjado, vermelho ou rosa. O fenômeno poderá ser visto nesta sexta (30) e sábado (31), durante o final da tarde, em caso de poucas nuvens e tempo seco.
“A depender de condições climáticas como umidade relativa do ar e quantidade de nuvens, o espalhamento de partículas pela luz do sol poderá ser visto no céu de Natal”, explica o professor Humberto Barbosa. OP9 RN